Sem que a expressão seja proferida uma única vez, o Poliamor é um dos temas centrais do novo filme de Woody Allen. Em Vicky Cristina Barcelona, há um trio amoroso que durante algum tempo vive em conjunto, partilhando a cama, as tarefas e as emoções. As personagens de Scarlett Johansson, Javier Bardem e Penélope Cruz formam um triângulo poliamoroso - uma das configuração possível dentro do poliamor, em que cada um dos três se relaciona com os outros dois; há também relações em V ou em N, por exemplo.
É interessante observar as reações do público dentro do cinema. Para muitos a ideia de três pessoas a viverem maritalmente, felizes e apaixonadas, é algo que só acontece nos filmes. E mesmo para algumas pessoas que já ouviram falar de poliamor, o conceito parece impraticável, irreal, forçado e fantasioso. Há um conceito dentro do poliamor que é bastante relevador das clivagens de mentalidade: compersion. "(...)the experience of taking pleasure that one's partner is with another person. The feeling may or may not be sexual. Quite often it's not. It should not be confused with cuckolding practices or voyeurism. It was originally coined by the Kerista Commune in San Francisco[1] (or possibly by the ZEGG community in Germany)[2] which practiced polyfidelity, and has since been adopted throughout the culture of polyamory."
Como é possível, perguntar-se-ão muitos, ter prazer em saber que @ noss@ parceir@ tenha outra pessoa? Como é isso de ficarmos felizes por saber que @ noss@ amad@ é feliz com outra pessoa? No filme de Woody Allen, parece-me, é bastante plausível a felicidade que o trio vive, durante algum temtpo. E, felizmente, não há nenhuma intenção de fazer propaganda a este estilo de vida, por isso, a vida do triângulo não é apresentada de forma idílica e perfeita, sem problemas. A questão, o que nos deixa incrédulos e cépticos é, claramante, o ciúme - como é que aquela gente não é consumida pelo ciúme? E se não sentem ciúme, isso quer dizer que não gostam verdadeiramente uns dos outros?
Somos ensinados desde crianças que ter ciúme é saudável, que o ciúme "apimenta" uma relação, que alguém que não sente ciúme é porque não gosta verdadeiramente da pessoa, que alguém sem ciúmes é alguém sem interesse no outro. Esta aprendizagem, que coincide com a aprendizagem de uma imensa herança de todo o tipo de preconceitos (que estabelecem o sexismo, a heterodoxia intolerante, o machismo, etc), coíbe-nos de pensarmos em formas de estar diferentes da norma.
O que pensam os nossos leitores? A única forma de ter uma vida amorosa feliz, saudável e decente é a monogamia? A mim, parece-me que somos imensamente formatados e condicionados por uma tradição que não gosta de desvios aos padrões que têm sido perpetuados. E que essa formatação faz com que aceitemos, estimulemos e acabemos por gostar do ciúme (de senti-lo e ver n@ parceir@ a forma de nos aplacar a zanga e também de provocá-lo, para nos sentirmos desejados e importantes) O ciúme baseia-se na insegurança, na posse e, acima de tudo, na sua aceitação no seio da relação pel@ parceir@. E é mais fácil perdoar e ultrapassar um episódio em que a nossa cara metade foi para a cama com outra pessoa (mas nos garantiu que foi a única vez e que não teve importância) do que conviver, aceitar, digerir a possibilidade de a pessoa com quem estamos estar apaixonada e desejar sexual e emocionalmente outra pessoa.
Isto do compersion, do poliamor, da não-monogamia saudável, o que vos parece?
Chegou a minha vez. Ora deixem-me escrever.
Há uma coisita que me mete nojo. Sim, muito nojo. Tanto nojo que consigo pensar nisso e depois ir vomitar para a casa de banho o jantar de há duas semanas. Conseguem ver o exagero?
Homens a terminar uma relação." Amo-te muito mas acho melhor ficar por aqui para não te fazer sofrer." WTF?! Mais vale sacarem da pistola e darem logo um tiro no meio da pinha. Dá para perceber que é mentira, dá para ver que não sabem o que significa amor e muito menos se estão a ralar se sofremos ou não. Querem despachar a coisa mas sem choros. Sim, porque uma mulher chora imenso e dá trabalho. Só falta mesmo levarem um presente fabulastico e oferecer como premio de consolação. Ao genero: vê se te calas e me deixas ir "comer" para outro lado. Esta forma artistica de terminar relações serve para quê? Para além de nos manter caladinhas e sem muitos berros, conseguem deixar nos cheias de esperança que por acaso só serve para não conseguirmos deixar de pensar naquele cabrão e não irmos "comer" para outro lado. "Ele volta para mim, ele volta para mim." Pensamos. Ele não volta e tu ficas agarrada àquilo até perceberes isso.
Na falta de tomates, é assim que os homens funcionam. E há tantos por aí.
(Imagem retirada da internet)
Ela - “O B voltou a atirar-se a mim… disse-me que apesar de ser feliz com a namorada tem uma fantasia grande de ter sexo comigo e disse-me que e só eu lhe dizer quando e ele esta disponível… mas eu amo-te.”
Ele - “OK, mas eu sei que sempre pensaste
Ela - “Bom... para ser sincera senti-me muito tentada… não porque não estou satisfeita com a nossa vida sexual… estou muito feliz… não conheço muitas mulheres que atingem pelo menos dois orgasmos de cada vez que tem relações… mas ao mesmo tempo seria tentar algo diferente… mas nunca te faria uma coisa dessas!
Ele – “Eu amo-te muito e estou grato pela tua atitude! Mas entendo perfeitamente o facto de te sentires tentada por outros homens… eu também me sinto tentado por outras mulheres…
Ela – “Nunca considerei uma situacao dessas… mas tenho de admitir que e muito tentador. Fico grata por fazeres uma clara diferenca entre sexo e amor… sei que contigo essa distincao e muito clara, se calhar como sou mais nova ainda tenho de desenvolver essa idea um pouco melhor – mas eu acho que sei porque fico tao tentada com ele… voces os dois sao iguais… com as mesmas brincadeiras e mesmo as mesmas fantasias… a tres com ele devera marcher muito bem. De certeza que ele ficara muito satisfeto.”
Ele – “De certeza que sim…
Ela – “Concordo contigo, fico feliz por pensares assim… não estou completamente pronta para uma situacao destas… mas ao mesmo tempo quando nos conhecemos e perdi a minha virgindade te dizia que nunca te faria sexo oral (apesar de apreciar quando me fazias) e ainda por mais tempo o sexo anal e hoje faz parte do nosso dia a dia. Soubeste ser paciente e me mostrar como o sexo pode ser tao bom e como temos de manter sempre uma mente aberta em relação as coisas… muito provavelmente sera uma sitacao que os dois iremos experimentar juntos um dia destes…
Ele – “Sim eu sou uma pessoa maravilhosa (risos)… sabes com esta conversa toda…”
Ela – “Eu sei eu também… anda ca…”
Ela é divorciada, na casa dos 30. Ele tem mais ou menos a mesma idade, é casado há anos e relativamente feliz. Conheceram-se um dia por acaso, pouco a pouco foram partilhando sentimentos, e por fim a intimidade tornou-se em partilha sexual e de afectos.
Ela preencheu a solidão da sua vida com a presença e o carinho que ele lhe dispensava, quando estava com ele sentia-se uma rainha. Nos momentos íntimos transformava-se num prodígio de erotismo e imaginação, e ele sentia-se realizado, tinha encontrado o complemento ideal para a sua vida de casado, com ela obtinha tudo aquilo que não era capaz de pedir em casa, porque com ela tudo era permitido, sem complexos nem tabus.
Gradualmente ela foi sonhando ocupar mais espaço na vida dele, as conversas telefónicas que tanto a preenchiam passaram a deixar um vazio quando se despedia com aquele até amanhã, os cafés tomados à pressa no fim da tarde deixaram de ser uma agradável rotina quando o beijo fugaz da despedida lhe sabia a pouco, e ela ficava sozinha e a sentir-se culpada e vazia.
Tinham falado sobre isso logo que a intimidade se instalou, ele não queria que ela se sentisse a outra, mas ela apenas sabia que era a sua eleita. Mas isso fora no início, porque afinal ela era apenas a outra e era assim que se sentia. Sentia-se a outra cada vez que estava com ele e tocava o telemóvel, ele atendia e falava com a mulher fazendo planos de jantares e de fins-de-semana de que ela nunca faria parte. Sentia-se a outra cada vez que se deitava sozinha na sua cama e queria estar com ele, sentir o seu calor e aquele aconchego, que ele estaria a dar à mulher.
Ele nunca lhe prometeu nada, nunca disse que ia deixar a família, que aquilo era algo mais que uma relação sexual, sabe que ela está sempre pronta para ele, alguém que dá colorido e picante à sua rotina mas que não passa disso, porque ele nunca vai deixar a segurança da sua família, pôr em risco os privilégios de pai babado. Prescindir de qualquer das mulheres da sua vida para quê, se pode ter ambas?
Agora ela está demasiado presa a ele e àquele sentimento, sente que o ama e que precisa dele, no íntimo tem esperança que ele se decida e que a escolha a ela, porque ela é melhor, mais quente, porque sempre que tem sexo com ele, ele lhe diz que ela é única e incrível. Mas será que ele diz o mesmo à mulher?...
Ela só sabe que agora tem finalmente alguém na sua vida, mesmo que seja em part-time. Mas no fundo, está presa porque tem medo da solidão e qualquer papel secundário lhe parece melhor que nenhum.
Conheço ambos os protagonistas desta história, assisto à carência e frustração dela e à satisfação dele, e abstenho-me de tomar partido.
Nai.
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