Quarta-feira, 18 de Junho de 2008

Prostituição

 

 

Um tema delicado, mas causa-me confusão que num mundo de relações tão liberais, tão fáceis, tão permissivas, os homens ainda recorram tanto a esse subterfúgio. Ninguém confessa que lá vai, mas sabemos que clientela não lhes falta!
Não será certamente por as mulheres quererem usar cinto de castidade até ao casamento! Nos tempos em que a virgindade era um valor sagrado e o dever conjugal um sacrifício destinado a ter filhos e calar o marido, compreendia-se melhor essa procura.
Mas agora os relacionamentos são tão abertos, tão ligeiros, tão naturais! Qualquer tipo que seja capaz de engatar uma miúda, convence-a em pouco tempo a gozar os prazeres da carne sem que ela se faça rogada, sem compromissos, sem escrúpulos ou preconceitos morais de ambas as partes.
Então, perante tanta e tão diversificada oferta, porque é que as prostitutas continuam a ter um lugar tão privilegiado no altar do prazer?
Claro que a resposta dos homens é óbvia: porque elas é que dominam a nobre arte do kama sutra e sabem satisfazer um homem, ao contrário dessas pitas chocas ansiosas por abrir as pernas a um autêntico vibrador humano que lhes dê orgasmos infinitos!
Pronto, acredito que haja mulheres e homens mal preparados, cada um apenas interessado no seu próprio prazer.
Mas então haverá tantos gajos assim com tanto azar que nunca encontram uma boa companhia e por isso se vêem obrigados a recorrer aos afamados préstimos das profissionais do sexo?! E essas, por muito competentes que sejam, não se limitam também a um mero acto mecânico?
Ou o que está em causa é o receio masculino de intimidade? Dificuldade em estabelecer relações? Tendência a fugir de compromissos? Receio de se exporem e de serem alvo de críticas de igual para igual?
Ao menos as prostitutas não reclamam, não criticam, não questionam, não esperam nada salvo o pagamento, estão sempre prontas, nunca têm dores de cabeça, nem stress, nem crises existenciais, nem expectativas de orgasmos e de performances fantásticas, e nem sequer exigem prazer, afecto, intimidade nem telefonema no dia seguinte!
Um homem avia o seu servicinho como sabe, sai de lá recauchutado e a sentir-se um macho com eles no sítio, e quer lá saber dessas cenas todas dos sentimentos, dos preliminares, do orgasmo feminino, e essas merdas que deixam um gajo f*dido!
É muito mais fácil assim, não é?
 
 

 

sinto-me:
publicado por Pandora às 16:47
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19 comentários:
De o sátiro a 19 de Junho de 2008 às 02:02
Se dermos uma volta pelo elefante branco, Duque de Loulé, hipopótamo, IST,Conde Redondo(assim por alto),com aquele movimento todo, vê-se muita malta.
De Pandora a 20 de Junho de 2008 às 16:15
Creio que deve ser das poucas profissões pouco afectadas pela crise!
De Jorge a 19 de Junho de 2008 às 08:33
E será que agora os relacionamentos são assim tão abertos, ligeiros e naturais? Não estarás a ser optmista demais na avaliação que fazes da sociedade em que vivemos?

Será que há assim tantas mulheres com abertura de espirito suficiente como para se deixarem de preconceitos e dispostas a darem ao seu gajo aquilo que ele vai procurar lá?.. já seja que esse "lá" seja numa qualquer rua da cidade, num apartamento da periferia, ou num hotel de luxo.

Eu acho que o cerne da questão está na falta de dialogo nas relações, ele não se atreve, não quer ou não é capaz de pedir lá em casa o que pede à prostituta e ela não é capaz de admitir que quer mais, que é capaz de mais e que pode dar mais.

Jorge
De Pandora a 20 de Junho de 2008 às 16:26
Talvez tenhas razão.
Penso que nesta nova geração, esses preconceitos já não têm o mesmo impacto, porque eles já não têm a dicotomia entre a esposa honrada, mãe e dona de casa, e as outras, as boas. Pelo menos, espero que não tenham!
Entre casais mais conservadores, tenho que admitir que esse conflito íntimo possa ser inultrapassável, devido a mentalidades demasiado enraizadas. E para não se profanar a santidade da esposa (que se calhar bem anseia por isso!), vai-se dando umas voltinhas por fora...
De oamante a 19 de Junho de 2008 às 11:25
Acho que o Jorge terá mais razão: não há diálogo em casa e os homens sentem vergonha de pedir à mulher que se porte como uma conhecedora de sexo e as mulheres têm vergonha em sê-lo.
Pelo que prevejo uma longa e próspera vida para a prostituição!

Quanto às facilidades actuais, é preciso ver que as mulheres não estão assim tão fáceis de levar para a cama!
E a razão é simples: se elas cedem aos instintos dos homens (e aos seus!) ficam logo rotuladas de putas (é mesmo assim). É crú, mas é a verdade.
Enquanto não mudarmos essa mentalidade... as relações sexuais livres e fáceis... não existem!
E também é verdade, muitos homens limitam-se a esvaziar os tomates, não querem ter SEXO, ou porque não sabem, ou porque não querem.
Mudar maridos? Mudar mulheres? Nã... é muito difícil. Que continuem as prostitutas!
De Pandora a 20 de Junho de 2008 às 23:36
Sim, a questão que o Jorge pôs foi pertinente e reconheço que ambos têm razão. Há casais que, sem dúvida nenhuma, não estão unidos pelo prazer sexual nem tal possibilidade lhes ocorre, nem lhes apetece sequer. Com a legítima, bem entendido!
Mas ao contrário de ti, vejo toda essa mentalidade tacanha a mudar, e cada vez mais uma mulher pode ter as suas aventuras, com maior ou menor discrição, sem se incomodar com rótulos preconceituosos de gente mesquinha ou com dor de cotovelo...
Pessoalmente, não chamo puta a ninguém, só por ter uma vida sexual variada.
Creio que esse tipo de mulher assumidamente liberal pode causar medo às esposas, pode causar embaraço às puritanas, e resta saber se aos homens suscita tesão ou pânico...
De oamante a 23 de Junho de 2008 às 10:17
Realmente uma mulher desinibida causa medo às mulheres.
Quanto os homens... todos têm tesão, mas a alguns pode dar-lhes pânico pois podem não estar à altura.
Muitos homens gostam de mulheres dessas, mas depois não se casam, pois têm medo de acordar encornados.
Então não se aceita já o risco? Andemos com elas e gozemos o máximo que pudermos. Se ela se for embora, porque arranjou alguém melhor... paciência. Ninguém é perfeito. Mas não é preciso ameaçá-la ou matar-se por ter sido preterido por outro!
Essas historietas de Romeu e Julieta já deviam estar bem enterradas. Mulheres e homens há muitas(os)!
De Inocêncio da Silva a 19 de Junho de 2008 às 14:25
"Ao menos as prostitutas não reclamam, não criticam, não questionam, não esperam nada salvo o pagamento, estão sempre prontas, nunca têm dores de cabeça, nem stress, nem crises existenciais, nem expectativas de orgasmos e de performances fantásticas, e nem sequer exigem prazer, afecto, intimidade nem telefonema no dia seguinte!(...)" Se este é o principal motivo pelo qual os meus confrades masculinos recorrem ás supracitadas prostitutas...então quais são os outros?!

Como muito bem disseste, "gozar os prazeres da carne sem que ela se faça rogada, sem compromissos, sem escrúpulos ou preconceitos morais de ambas as partes" e sem querer tinhas acabado de responder à questão que tu própria formulaste:

"Qualquer tipo que seja capaz de engatar uma miúda..."

Pois é cara Orgasmica, nem todos sabem engatar uma miúda. O sexo é natural, instintivo, já a arte do engate tem outras consoantes que nem sempre se fazem soar...
A caça é um luxo a que nem todos têm acesso, alem de dar algum trabalho. Acaba tudo por ser uma questão de argumentação, senão repara: tanto o caçador como o frequentador de prostitutas escolhem a presa, a diferença está na arma que empunham. Uns usam a esgrima linguística que é de difícil manuseio e de efectividade duvidosa, os outros usam euros...que convenhamos, nos tempos que correm são armas extremamente eficazes e procuradas.
De Pandora a 21 de Junho de 2008 às 00:11
Outros motivos não referidos?
Os já mencionados preconceitos que impedem um homem de profanar a santidade do leito conjugal e a pureza da esposa?
Talvez algum fetiche que um homem com barba rija tem que ir às putas por uma questão de virilidade?
Ou a facilidade do sexo anónimo perante o receio de escândalos conjugais e sociais?
Mas francamente, isso gostava eu que me explicassem!
Quanto à 2ª questão, esse era o ponto crucial! Quem for capaz de engatar, penso que não terá grandes dificuldades em arranjar companhia. Mortas por encontrar um bom sedutor que lhes dê volta ao juízo, estão elas e o resto é lucro!
Daí retiro a outra premissa: quem recorre a prostitutas não será certamente o típico sedutor, mas antes quem não tem facilidade de relacionamento e não confia nas suas técnicas de persuasão e se calhar nem nos seus dotes sexuais.
Cada um caça com as armas de que dispõe, mas o meio a que recorre diz muito sobre o proprietário do instrumento de caça...
De sunshine a 19 de Junho de 2008 às 15:09
Penso que para além do que já foi referido, existe outro aspecto que é importante. O do poder.
Os homens gostam e sentem necessidade de poder. Na prostituição, são eles que detêm o poder, compram esse poder.
Que o não têm de outra forma, seja em casa, seja na denominada "caça". Gosto mais da palavra sedução.
Quanto mais leio os comentários do sexo masculino, mais percebo que o meu marido é um previligiado. Eu penso que na sua intimidade as mulheres não terão tantos preconceitos, que estes serão mais uma fachada para a sociedade. Mas quando vos leio fico na dúvida. Será possivel que perante um casal, com uma relação estável e duradoura, as mulheres sejam preconceituosas, ou os homens tenham dificuldade em expor o que gostariam? Eu quero que o meu marido satisfaça as suas fantasias é comigo, quero ser a sua fantasia.Quero que satisfaça as minhas. Sem necessidades de terceiros. Em termos fisicos!!

De Pandora a 21 de Junho de 2008 às 00:18
Concordo contigo, pelos vistos é um privilegiado!
Apesar de todos sonharem com uma lady na mesa e uma puta na cama, poucos terão a coragem de transmitir esse desejo, segundo se pode concluir. Por isso casam com as ladies e elas são respeitáveis mães de família, e as putas estão ali ao virar da esquina para o bem-bom...
De NM a 20 de Junho de 2008 às 03:11
Eu não diria melhor. Bom post!
De Pandora a 21 de Junho de 2008 às 00:21
Obrigada pela participação e pelo elogio!
De CamaReira a 20 de Junho de 2008 às 18:43
Mais uma vez brindas-nos com um texto espectacular e um caso cheio de perguntas por responder e tabus.
Não faço ideia, nem nunca me questionei sobre isso. 11 Minutos de Paulo Coelho relata a historia de uma prostituta, um livro espectacular.

Beijos
De Pandora a 21 de Junho de 2008 às 00:27
A sério, nunca te questionaste sobre o que leva tantos homens a recorrer à prostituição???
Eu conheço esse livro, mas relata mais o ponto de vista feminino, neste caso da prostituta.
De shibumi a 20 de Junho de 2008 às 23:16
Boa noite,
permita-me a intromissão pois o tema e debate chamam por mais participação.
Indo por partes, dissecando a prosa do texto, estão lá mescladas, perguntas, introspecções, respostas e questões. Alguém em monólogo activo...não sei se á espera de contraponto.
Mas, aqui vai.

Do ponto de vista sexual, vamos adoptar a nossa animalidade sapiens e assumir que ambos os sexos a possuem. Numa visão Darwinista, quem mais explora, mais aperfeiçoa, mais quer, em género e em número. O orgasmo não só é higiénico, como retemperador - como o paradigma de se sangrar o cavalo para ter mais força, mais juventude -. Neste prima a procura, independentemente de quem procura quem, onde, e como é purista, cessa á entrada do cortex.

Mas, assumindo heranças sociais, genéticas e comportamentais, vivendo num circo de vaidade, do deve e do haver, as emoções estão lá, logo no primeiro degrau do cortex, em forma de grilheta, assumem o orgasmo e todo o complexo mecanismo de sofreguidão como um patamar que justifica um degrau acima da evolução - a humanidade.
É neste conflito permanente que nos movemos, o gozo puro de um orgasmo sem pudores, medos, intransigências, cobranças e remorsos ou uma nuance karmica e quase surrealista de sobrecarregar este estouro físico, por um mental. É sem dúvida muito maior, muito mais duradouro e acima de tudo muito mais viciante – como sabem o nosso cérebro +e capaz de produzir as drogas mais alucinogénicas que existem...e fazer amor traduz esta pedrada, na directa diferença de fazer sexo. Entre um charro e uma de heroína, vai uma distância...
Por isso há quem faça a gestão o puro e duro e vá curtindo, sabendo que na manhã seguinte nem ressaca tem e há quem experimente o outro lado, convencendo-se que quando quiser sair, sai mas...como todos sabemos, não há saída, apenas a pedrada seguinte.
Enfim, é uma questão de gestão de risco.
Uma vez nas drogas duras, o tempo de vida pode ser relativamente longo se, se mantiver a mesma...mas, com o tempo o cérebro assume a toxina e exige mais...aqui nasce o swing, a parceria, as fantasias e cada um, gere o vício como pode, não como quer.

Sinais dos tempos


Shibumi
De Pandora a 21 de Junho de 2008 às 00:53
Exactamente, o objectivo do post é colocar questões para obter respostas. À espera de contraponto, de argumentação, de explicações, de qualquer tipo de debate construtivo.
Um post sai em modelo de monólogo activo até ser complementado pelos comentários que iniciam a fase de diálogo e de discussão. Por isso, fez bem em intervir e é para isso que cá estamos.
Segundo compreendi, é mais seguro e menos viciante alternar entre sexo e amor, gerindo ambos sem deixar que a pedrada em cheio nos atinja, pois essa ressaca não tem cura. Um é mais completo, outro é mais seco e duro, mas o facto de ser preferível equilibrar ambos significa que nenhum, por si só , é o ideal, devido aos riscos de dor ou frustração que ambos acarretam.
Daí ter que haver espaço para a alternativa. Certo?
É uma teoria muito interessante, colocada de uma forma original.
De Fecho Aberto a 25 de Junho de 2008 às 01:46
Já muito foi dito e concordo com a grande maioría dos comentários, mas venho só aqui reforçar uma ideia de Orgámica, com a qual concordo inteiramente, quem recorre a prostitutas não é o sedutor, é quem não tem sabe manter um relacionamento estável, não tem técnicas de persuasão nem dotes sexuais.
Cada vez mais as relações humanas padecem dos problemas sociais que a nossa sociedade vive no seu dia a dia, o Homem é egoista e não permite invasões ao seu espaço íntimo.
Com uma prostituta ele tem uma mera relação de serviço doméstico realizado por uma entidade contratada.
De Pandora a 25 de Junho de 2008 às 09:16
Ora nem mais!

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