Assédio sexual é uma figura normalmente associada às mulheres. Já se sabe que é galar de forma insistente e até inoportuna, forçando as circunstâncias. Montar o cerco para montar a presa, perseguindo-a até ela ser obrigada a ceder.
Tem uma conotação negativa por implicar uma manipulação da vítima, que é levada a praticar o acto debaixo de coacção, para não sofrer represálias.
O exemplo clássico é a pura donzela que sucumbe às mãos ávidas do patrão para não perder o emprego.
Mas também conseguimos imaginar a galdéria que se faz ao patrão, rebolando-se na sua frente com olhares voluptuosos até o atrair para a sua teia, onde depois o mantém preso com vários tipos de chantagem. É um modo hábil para subir mais depressa na carreira ou até para casar com ele, mais a empresa, o dinheiro, a casa e o carro, em perfeita comunhão de corpos e de bens.
Estão aqui 2 situações distintas, uma de assédio feminino e outra de masculino.
Penso que infelizmente tão vulgar é uma como outra, apesar de a ideia que permanece ser a da mulher como vítima exclusiva.
Na realidade, quem se queixa são apenas as mulheres. Para todos os efeitos, são o sexo fraco e podem valer-se das vantagens que esse título acarreta sem lhes denegrir a imagem. Quem fica mal é a besta do opressor, e é justo.
Mas seria ridículo o chefe ir acusar a secretária de o ter montado à força e depois o ter obrigado a casar com ela sob a ameaça de um escândalo! Ou a pândega que seria o rapaz do balcão ir queixar-se da patroa que, fora do expediente, o suga até ao tutano em cima do dito balcão por entre gemidos e ameaças de despedimento!
Ganda lata, mas que cromo me saíste pá, ao menos a gaja era boa? Se não fosse já te tinhas queixado, seu palhaço! Mas que cena essa de ser violado pelas madames, tens cá uma sorte, manda-as ter comigo que eu nem me queixo!
Homem que é homem está sempre pronto para uma pinocada e não pode dar parte de fraco. E daí a história do assédio sexual estar praticamente limitada a mulheres…